iayres1_arhui1979Getty Images_wealthinequality arhui1979/Getty Images

A era da IA requer seguro contra a desigualdade

NEW HAVEN – Recentemente, os legisladores da União Europeia chegaram a um acordo provisório sobre uma regulamentação histórica para mitigar os riscos que a inteligência artificial representa à humanidade, e outros países parecem prontos para seguir o exemplo da UE. Contudo, esta regulamentação não aborda um dos maiores desastres que a IA pode trazer – a perspectiva de desemprego em massa e aumento acentuado da desigualdade de renda. A regulamentação não consegue eliminar esses riscos sem impedir que o mundo desfrute dos benefícios potenciais da IA, ou seja, aumentos dramáticos na produtividade e enorme criação de riqueza. É por isso que os formuladores de políticas também devem promulgar políticas econômicas para compensar os cidadãos caso esses desastres ocorram.

Sejamos claros: não somos contra regulamentar a IA. Mas, assim como adotamos uma abordagem em duas frentes para proteger casas vulneráveis a inundações – construindo muros marítimos e oferecendo seguro contra inundações –, os governos também devem oferecer seguro contra a desigualdade para garantir que a IA não aumente a diferença entre riquezas. Embora governos futuros possam mudar os termos de tal programa, reduzir os benefícios amplamente experimentados seria difícil no campo político.

Está na cara o que vem por aí. Este ano, os  atores de Hollywood se juntaram aos roteiristas na primeira greve do setor em mais de seis décadas, com salvaguardas contra a IA gerativa sendo uma de suas principais demandas. Só que a IA revolucionará o futuro do trabalho para todos os tipos de profissionais, de médicos e advogados a motoristas de táxi e caixas, e os aumentos subsequentes na produção total não serão compartilhados igualmente. Aqueles que fazem e detêm a posse das invenções podem acumular imensa riqueza, grande parte da qual virá da economia nos custos trabalhistas.

https://prosyn.org/Kq8ZSzEpt