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A incompatibilidade do conhecimento

CAMBRIDGE – O conhecimento é a chave para a prosperidade econômica. Tecnologia, inovação e know-how vêm do aprendizado de novas maneiras de produzir os bens e serviços que nos enriquecem. O conhecimento também é o arquétipo do “bem público”: novas ideias podem beneficiar a todos; e a menos que governos ou monopólios restrinjam sua disseminação, o uso não diminui a disponibilidade. Isso é especialmente importante para os países pobres, porque significa que eles não precisam reinventar a roda. Eles podem simplesmente adotar tecnologias e métodos criados por países mais ricos para impulsionar o próprio desenvolvimento econômico.

Embora economistas e formuladores de políticas há muito apreciem a importância econômica do conhecimento, eles não prestaram atenção suficiente às condições que o tornam útil. O contexto importa: qualquer incompatibilidade entre as condições em que as ideias são geradas e as especificidades do ambiente onde são aplicadas pode reduzir significativamente o valor da aquisição de conhecimento.

Por exemplo, o milho é cultivado em todo o mundo, mas está sujeito a diferentes ameaças ambientais, dependendo da ecologia local. Os esforços de pesquisa e desenvolvimento naturalmente se concentraram no desenvolvimento de resistência às pragas mais comuns na América do Norte e na Europa. Como resultado, milhares de patentes de biotecnologia são voltadas para o verme do milho europeu, mas apenas cinco patentes exclusivas são para inovações que protegem contra a broca do caule do milho, que afeta predominantemente a África Subsaariana.

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