CAMBRIDGE – Desde o início da pandemia do COVID-19, temos ouvido a mesma ladainha: “Pelo menos, talvez agora levemos a sério a questão das mudanças climáticas”. Certamente pode-se ver a lógica por trás desse pensamento. O terrível preço que a pandemia cobrou deveria nos lembrar da importância de três coisas que também são necessárias para combater o aquecimento global: ciência, políticas públicas e cooperação internacional.
Deveríamos, portanto, ouvir os cientistas que há décadas vêm alertando que as emissões não controladas de gases do efeito estufa trariam graves consequências ambientais. O fato de algumas dessas consequências – incluindo incêndios florestais, ciclones e até uma praga de gafanhotos na África – ter surgido dramaticamente no mesmo ano do COVID-19, parece reforçar a mensagem.
Mas, embora os paralelos entre COVID-19 e mudanças climáticas sejam logicamente sólidos, tenho medo que a conexão política inferida pode ser um non sequitur. Se alguns líderes e seus seguidores em países como Estados Unidos, Brasil, México e até mesmo o outrora sensível Reino Unido tentaram minimizar a importância da pandemia e ignorar as recomendações dos cientistas, eles poderão fazer o mesmo com a mudança climática.
CAMBRIDGE – Desde o início da pandemia do COVID-19, temos ouvido a mesma ladainha: “Pelo menos, talvez agora levemos a sério a questão das mudanças climáticas”. Certamente pode-se ver a lógica por trás desse pensamento. O terrível preço que a pandemia cobrou deveria nos lembrar da importância de três coisas que também são necessárias para combater o aquecimento global: ciência, políticas públicas e cooperação internacional.
Deveríamos, portanto, ouvir os cientistas que há décadas vêm alertando que as emissões não controladas de gases do efeito estufa trariam graves consequências ambientais. O fato de algumas dessas consequências – incluindo incêndios florestais, ciclones e até uma praga de gafanhotos na África – ter surgido dramaticamente no mesmo ano do COVID-19, parece reforçar a mensagem.
Mas, embora os paralelos entre COVID-19 e mudanças climáticas sejam logicamente sólidos, tenho medo que a conexão política inferida pode ser um non sequitur. Se alguns líderes e seus seguidores em países como Estados Unidos, Brasil, México e até mesmo o outrora sensível Reino Unido tentaram minimizar a importância da pandemia e ignorar as recomendações dos cientistas, eles poderão fazer o mesmo com a mudança climática.