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Os míticos conservadores fiscais da América

CAMBRIDGE – A sustentabilidade de longo prazo da dívida pública dos Estados Unidos está de volta aos holofotes. O⁠ motivo não é a crise fabricada do teto da dívida, que foi resolvida no final de maio, poucos dias antes do Tesouro dos EUA ficar sem dinheiro. Em vez disso, o ímpeto por trás desse escrutínio renovado é o rápido aumento das taxas de juros no ano passado.

Enquanto as taxas de juros, tanto nominais quanto reais, permanecessem em níveis próximos de zero, o governo federal poderia continuar tomando empréstimos. Mas o aumento dos pagamentos de juros sobre a dívida nacional dos EUA e a expectativa de novos aumentos em 2023 e 2024 têm se tornado uma poderosa restrição à política fiscal. Enquanto o pico inflacionário de 2021-22 melhorou a relação dívida/PIB dos EUA, os pagamentos de juros reais sobre a dívida nacional devem subir, agora que a inflação está esfriando.

Em linhas gerais, uma política orçamentária prudente se baseia em dois princípios orientadores. Primeiro, ela deve ser anticíclica: os formuladores de políticas econômicas devem aumentar gastos (ou cortar impostos) para estimular a economia em resposta às recessões, e limitar gastos (ou aumentar impostos) em resposta aos booms. O segundo princípio enfatiza a sustentabilidade no longo prazo: a dívida deve crescer a um ritmo mais lento do que a economia, de modo que a relação dívida/PIB diminua.

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