A Parábola Nuclear da Coreia do Norte

NOVA DELHI – Uma das grandes ironias do século vinte é que um avanço científico tão significativo como a capacidade de cindir o átomo não tenha trazido maior segurança. Enquanto a Coreia do Norte conseguiu outra vez as parangonas mundiais com o seu lançamento falhado de um míssil de longo alcance, e com as suas ameaças de realizar um teste nuclear subterrâneo, os Indianos protestam contra a construção de centrais nucleares, devido a preocupações crescentes com a segurança.

A bomba nuclear foi o primeiro avanço tecnológico a seguir à cisão do átomo, e os países que o puderam adoptar fizeram-no rapidamente, sem compreender inteiramente o seu poder destrutivo. Hoje, a complexa capacidade de engenharia necessária para produzir armas nucleares – uma competência restrita a poucos países durante a década de 1970 – é bastante comum. O número de países que podem construir tais dispositivos multiplicou-se, bem como o poder destrutivo destas armas.

Esta democratização da capacidade nuclear alimentou a ansiedade sobre a proliferação de armas entre os estados – até uma economia periclitante como a Coreia do Norte se juntou ao clube – e sobre a “privatização” de armas por parte de grupos terroristas. Como resultado, em Outubro de 2010, os Estados Unidos e a Rússia – as duas maiores potências nucleares mundiais – reuniram-se a 80 outros países na Iniciativa Global para Combate ao Terrorismo Nuclear.

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