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O enigma do crescimento da América Latina

RIO DE JANEIRO/CIDADE DO MÉXICO/LONDRES – A teoria econômica sugere que os países pobres devem, ao longo do tempo, convergir para os níveis de renda das economias avançadas. Embora isso tenha acontecido no Leste Asiático e na Europa Central, a América Latina ainda está para trás. Desde 1960, apenas alguns poucos países da região conseguiram reduzir a diferença entre sua renda per capita e a dos Estados Unidos – e, mesmo nesses casos, os ganhos foram pequenos.

Como explicamos num novo relatório para o G30, não há uma causa única para o crescimento medíocre das economias latinoamericanas ao longo das décadas. Em alguns países – como Argentina, Equador e Venezuela –, haverá pouco ou nenhum crescimento sustentado até que os formuladores de políticas abordem sérios problemas fiscais, de dívida e (em alguns casos) de inflação pendentes.

O Brasil também vem lutando para obter um crescimento sustentado. Não apenas sua taxa de crescimento per capita foi menor do que a dos EUA na maior parte dos últimos 40 anos, como também foi negativa na metade do tempo durante esse período. Embora a inflação e a pobreza extrema tenham caído, as políticas macroeconômicas ainda não apresentaram taxas de juros baixas sustentadas e menor volatilidade, e as políticas microeconômicas têm sido lamentavelmente inconsistentes, indicando uma surpreendente incapacidade de aprender com os erros e sucessos do passado. Como resultado, os arranjos informais de trabalho são comuns, o desemprego permanece alto, o investimento permanece baixo e a produtividade estagnou.

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