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A arte de esperar para ver

PEQUIM – Aqueles que hoje esperam por um eventual acordo comercial entre a China e os Estados Unidos não deverão acalentar muitas esperanças. Contrariamente ao que o presidente dos EUA, Donald Trump, parece pensar, os chineses ainda não estão desesperados, e não acederão subitamente às suas exigências.

Uma negociação bem-sucedida requer que cada lado compreenda a perspectiva do outro. Pode questionar-se a sensatez da abordagem da China à disputa até ao momento, mas sem uma compreensão mais profunda do raciocínio do país para o curto e longo prazo, pouco se avançará.

Os apoiantes de Trump insistem que ele deve ser levado a sério, em vez de ser interpretado literalmente. Os líderes chineses parecem concordar. Encolheram os ombros face às exigências excessivas e irracionais da administração Trump, mas não tem dúvidas quanto à sua intenção: conter a China. Esse objectivo tem pouco a ver com preocupações comerciais específicas, e pode mesmo derivar de uma hostilidade “civilizacional” – ou mesmo racista. Portanto, os chineses tiveram de ajustar os seus cálculos estratégicos, tanto para o curto como para o longo prazo.

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