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A China está comprometida com o multilateralismo

PEQUIM – Nos últimos anos, o papel principal da China no estabelecimento de novas instituições multilaterais – incluindo a Organização de Cooperação de Xangai, o Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB) e o Novo Banco de Desenvolvimento – suscitou receios de que o governo pretende derrubar a ordem mundial existente. Esta interpretação falha um ponto crucial: a China beneficiou de forma gigantesca e continua a participar ativamente - e até mesmo a defender fervorosamente - essa mesma ordem.

A China não teve voz na formulação das regras e estruturas multilaterais que predominam nos nossos dias, mas aderiu a elas de forma geral. Para entrar na Organização Mundial do Comércio em dezembro de 2001, por exemplo, a China aderiu a uma série de regras e atenuou ou eliminou mais de sete mil tarifas, quotas e outras barreiras comerciais.

O sacrifício valeu a pena. Ser membro da OMC não protegeu apenas os interesses da China nas relações comerciais internacionais; também criou oportunidades comerciais e novos mercados, e ajudou a elevar significativamente o padrão de vida de centenas de milhões de pessoas. Sem o sistema de comércio global baseado em regras, a China não se teria tornado a superpotência que é hoje.

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