NOVA DELI – A minha infância chegou tarde. Nascido no seio de uma família desfavorecida perto de uma pedreira do Rajastão, aprendi a rachar pedras antes de saber escrever o meu nome. Os meus pais eram trabalhadores forçados, e assim que aprendi a empunhar um martelo, também eu o fui. Recebíamos pouco e mal conseguíamos sustentar-nos. As minhas memórias mais antigas eram a de ser escravo de alguém: o meu fôlego pertencia-me, mas não o meu corpo nem o meu espírito.
Era esta a tragédia que a minha família – e gerações de antepassados nossos – era obrigada a suportar. Miraculosamente, consegui escapar. Por toda a Índia, a maioria dos trabalhadores forçados nunca escapa.
Toda a escravatura é degradante, mas o trabalho infantil forçado – obrigar uma pessoa jovem a trabalhar para pagar uma dívida familiar – é uma das mais cruéis formas de abuso. O ciclo funciona assim: desesperadas para terem o dinheiro necessário à alimentação das suas famílias famintas, as pessoas contraem empréstimos com taxas de juro exorbitantes. Depois, quando deixam de conseguir pagar, não têm outra garantia a oferecer senão os seus corpos – e os corpos dos seus familiares.
To continue reading, register now.
Subscribe now for unlimited access to everything PS has to offer.
Despite the dire predictions that have accompanied the decline of global governance, less international cooperation does not necessarily mean disaster. In fact, national governments can prioritize domestic prosperity and social cohesion over multilateralism without harming the global economy.
explains how countries can help the global economy by pursuing their own economic-policy agendas.
Although Russia's war in Ukraine has galvanized Polish society and elevated the country's status internationally, it is also obscuring some deeply troubling domestic political developments. Whether liberal democracy will prevail over reactionary authoritarianism in Poland is now an open question.
about recent domestic and geopolitical developments that will shape the country's future.
NOVA DELI – A minha infância chegou tarde. Nascido no seio de uma família desfavorecida perto de uma pedreira do Rajastão, aprendi a rachar pedras antes de saber escrever o meu nome. Os meus pais eram trabalhadores forçados, e assim que aprendi a empunhar um martelo, também eu o fui. Recebíamos pouco e mal conseguíamos sustentar-nos. As minhas memórias mais antigas eram a de ser escravo de alguém: o meu fôlego pertencia-me, mas não o meu corpo nem o meu espírito.
Era esta a tragédia que a minha família – e gerações de antepassados nossos – era obrigada a suportar. Miraculosamente, consegui escapar. Por toda a Índia, a maioria dos trabalhadores forçados nunca escapa.
Toda a escravatura é degradante, mas o trabalho infantil forçado – obrigar uma pessoa jovem a trabalhar para pagar uma dívida familiar – é uma das mais cruéis formas de abuso. O ciclo funciona assim: desesperadas para terem o dinheiro necessário à alimentação das suas famílias famintas, as pessoas contraem empréstimos com taxas de juro exorbitantes. Depois, quando deixam de conseguir pagar, não têm outra garantia a oferecer senão os seus corpos – e os corpos dos seus familiares.
To continue reading, register now.
Subscribe now for unlimited access to everything PS has to offer.
Subscribe
As a registered user, you can enjoy more PS content every month – for free.
Register
Already have an account? Log in