ndiaye1_Cherkaoui SylvainAnadolu Agency via Getty Images_senegal protests Cherkaoui Sylvain/Anadolu Agency via Getty Images

Medo e descontentamento no Senegal

NOVA IORQUE – Manifestações de grande dimensão varrem o Senegal desde o início de Março, um reflexo da cólera generalizada perante a corrupção, o desemprego elevado e o que muitos consideram ser uma acusação de violação com motivações políticas contra o líder da oposição, Ousmane Sonko (que nega a acusação). O governo do presidente Macky Sall reprimiu de forma violenta as manifestações, as maiores no país da África Ocidental desde há uma década. Pelo menos oito pessoas morreram, e foram impostas restrições à liberdade de expressão.

O governo de Sall deveria recuar e reavaliar a sua abordagem. Em vez de ameaçar as arduamente conseguidas conquistas democráticas do país, deveria desanuviar as tensões e promover a recuperação económica.

A longa marcha do Senegal no sentido da democracia começou há sete décadas, com as reivindicações de independência do domínio colonial francês. O país atingiu esse objectivo após um acordo de transferência de poderes com a França, em 1960, e o poeta Léopold Sédar Senghor tornou-se o seu primeiro presidente.

https://prosyn.org/RBKUBKrpt