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O regresso da política fiscal

FRANKFURT – Há cinco anos, o economista francês, Thomas Piketty, fez um brilharete com o seu livro Capital in the Twenty-First Century, no qual argumentou que há uma tendência inata para a concentração de riqueza nas economias de mercado. O mecanismo que Piketty indicou foi que a taxa de juro, r, é maior do que a taxa de crescimento económico, g. Com r>g, os proprietários dos meios de produção - a classe capitalista - obtêm um retorno que excede o crescimento da economia como um todo.

Ao destacar o problema da desigualdade de riqueza e ao fornecer uma explicação expressiva disso, Piketty tocou no ponto certo. Não há muitos livros de economia que vendem mais de um milhão de cópias.

No início deste ano, outro economista francês, Olivier Blanchard, o presidente cessante da Associação Americana de Economia e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), fez um discurso aclamado no qual argumentou que a capacidade de suportar dívidas das economias avançadas é maior do que normalmente se supõe. A base para a sua conclusão foi que a taxa de juro era menor do que a taxa de crescimento económico. Com r<g, o rácio da dívida em relação ao PIB, que mede a capacidade de uma sociedade de servir a dívida, terá um denominador que está a crescer mais depressa do que o numerador, desde que o orçamento esteja próximo do equilíbrio.

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