eichengreen148_ Matías BagliettoNurPhoto via Getty Images_argentina debt Matías Baglietto/NurPhoto via Getty Images

Os cães da dívida que não latiram

BERKELEY– Em março passado, quando o COVID-19 infectou a economia mundial, muitos observadores temeram que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento sofressem mais, financeiramente e de outras maneiras. Economicamente, eles dependiam de exportações de commodities, remessas e turismo e tudo caiu por terra com a pandemia. Havia motivos de soba para esperar um tsunami de crises financeiras e inadimplência de dívidas.

O tsunami nunca chegou. Apenas seis países – Argentina, Equador, Belize, Líbano, Suriname e Zâmbia – deixaram de pagar suas dívidas soberanas e apenas os dois primeiros reescalonaram suas dívidas.

Mas, assim como o cachorro que não latia de Sherlock Holmes, é difícil saber se é para se estar tranquilo ou alarmado com o silêncio. É reconfortante que o impacto do COVID-19 nos países em desenvolvimento, especificamente na África, tenha sido menor do que o que se temia. Suas jovens populações são relativamente resistentes ao coronavírus. Seus sistemas de saúde, em resposta a epidemias anteriores, ganharam a confiança do público. E a rápida recuperação da China impulsionou a demanda por suas exportações de commodities.

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