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A política industrial é como a vitamina C ou a penicilina?

CAMBRIDGE – A vitamina C pode não ser particularmente eficaz na prevenção do resfriado comum ou no tratamento do câncer (apesar das afirmações em contrário de Linus Pauling), mas a falta dela pode causar escorbuto. Como resultado, seu consumo diário é essencial para uma dieta saudável. Em comparação, a penicilina cura infecções bacterianas, embora seu uso excessivo possa levar a germes resistentes a medicamentos. Ela deve, portanto, ser tomada apenas quando absolutamente necessário.

Sendo assim, será que a política industrial é como a vitamina C ou a penicilina? Será que uma deficiência pode levar a problemas, o que significa que quantidades regulares e modestas são cruciais para o bom funcionamento da economia? Ou ela deve ser usada com moderação para combater um tipo específico de infecção?

Nesse contexto, as infecções representam falhas de mercado, que muitos economistas tendem a ver mais como exceção do que como regra. Eles argumentariam que deixar o corpo se curar é melhor do que intervir. Como diz a velha piada, um resfriado não tratado dura uma semana; se tratado, sete dias. O falecido ganhador do Prêmio Nobel Gary Becker cunhou a célebre infâmia de que “a melhor política industrial é nenhuma”.

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