CAMBRIDGE – Uma das mais icônicas imagens de nosso tempo mostra um urso polar abandonado e à deriva num bloco de gelo. Poucas outras imagens captam a realidade das alterações climáticas de forma tão visceral. E agora, ironicamente, o homem de Davos se encontra numa posição metafórica semelhante. Seu habitat natural, o mundo hiperglobalizado do último meio século, está encolhendo, e ele foi de esquiar nos Alpes Suíços a patinar no gelo fino.
Sem dúvida, a globalização – a integração das economias nacionais e regionais por meio do comércio e investimento entre fronteiras – é muito anterior ao homem de Davos. Desde o início da industrialização em 1800, o progresso tecnológico (navios a vapor, ferrovias, telégrafos, automóveis, aviões) e inovações financeiras (como o padrão-ouro) têm levado a uma economia global cada vez mais interconectada.
Mas esse processo não tem sido contínuo. Uma onda anterior de globalização teve um fim abrupto no início da década de 1900, com a ascensão do nacionalismo e do protecionismo, culminando na Grande Depressão e no fascismo. No entanto, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e especialmente após a Guerra Fria, a ordem internacional tem sido deliberadamente orientada para a globalização liderada pelos americanos, com as Instituições de Bretton Woods (o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio) fornecendo a arquitetura básica.
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Mas esse processo não tem sido contínuo. Uma onda anterior de globalização teve um fim abrupto no início da década de 1900, com a ascensão do nacionalismo e do protecionismo, culminando na Grande Depressão e no fascismo. No entanto, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e especialmente após a Guerra Fria, a ordem internacional tem sido deliberadamente orientada para a globalização liderada pelos americanos, com as Instituições de Bretton Woods (o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio) fornecendo a arquitetura básica.
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