frankel157_Michael M. SantiagoGetty Images_economy Michael M. Santiago/Getty Images

Explicando o pessimismo dos americanos com uma economia forte

CAMBRIDGE – Os Estados Unidos estão em forma econômica extraordinariamente boa hoje em dia – nenhuma recessão à vista. Mas parecem estar lidando com uma “imprecessão” (“vibe cession”, no original em inglês): pesquisas de opinião pública mostram insatisfação ampla com a economia e o governo do presidente dos EUA, Joe Biden. O que explica essa desconexão entre desempenho e percepção? Pelo menos seis respostas – algumas muito mais críveis do que outras – foram cogitadas.

A primeira é que não há desconexão nenhuma; os indicadores econômicos positivos são errados ou enganosos, e o verdadeiro estado da economia americana é tão ruim quanto a opinião pública imagina. Esta explicação está simplesmente errada. Embora qualquer número possa estar sujeito a erros de medição, uma imensa variedade de estatísticas – que inclui o crescimento econômico, a força do mercado de trabalho (empregos criados ou desemprego) e a inflação (índice de preços ao consumidor ou despesas de consumo pessoal, sejam elas gerais ou básicas) – foi coletada, em grande parte separadamente. E, de modo esmagador, elas pintam um quadro muito positivo.

A segunda explicação possível – oferecida pelo economista Paul Krugman e outros – é que os resultados negativos da pesquisa refletem o partidarismo republicano. Embora se possa supor que democratas e republicanos sejam igualmente partidários, entrevistados republicanos tendem a sofrer influência muito maior do partido no controle da Casa Branca. Quando o republicano Donald Trump sucedeu o democrata Barack Obama, os republicanos de uma hora pra outra passaram a relatar uma satisfação muito maior com a economia. Quando o democrata Biden assumiu, eles voltaram a se fixar na suposta privação econômica das famílias americanas. Respostas dos democratas às pesquisas tendem a seguir mais de perto os indicadores econômicos.

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