frankel132_ OLIVIER DOULIERYAFP via Getty Images_fed flag OLIVIER DOULIERYAFP via Getty Images

A Batalha da Última Guerra contra a Inflação

CAMBRIDGE – Em 1955, o então presidente do Federal Reserve dos EUA, William McChesney Martin, celebremente disse que o trabalho do Fed era retirar a tigela do ponche “ao primeiro sinal de que a festa estivesse realmente esquentando”, em vez de esperar até que os convidados estivessem bêbados e barulhentos. Décadas mais tarde, no rescaldo da inflação da década de 1970, tornou-se um artigo de fé entre os formuladores de política monetária que eles não deveriam esperar até que a inflação alta se mostrasse antes de frear uma economia superaquecida. Hoje, com a inflação subindo, esses formuladores estão desenvolvendo uma renovada valorização pela metáfora da tigela de ponche.

Durante a década que se seguiu à crise financeira global de 2008, a adesão a essa prática, consagrada pelo tempo, levou alguns bancos centrais a buscar políticas monetárias desnecessariamente rígidas. Em retrospecto, às vezes superestimaram o perigo da inflação.

Em 2021, os banqueiros centrais mais uma vez “batalharam na última guerra”, quando então subestimaram o perigo da inflação à medida que a recuperação econômica começava a enfrentar restrições de capacidade. Por volta do final de 2021, a taxa de desemprego nos EUA caiu abaixo de 4% e a inflação, em 7%, atingiu a máxima de 40 anos. O Fed, tendo anteriormente adotado a visão otimista de que qualquer inflação seria transitória, agora precisa se atualizar.

https://prosyn.org/Y38OQwXpt