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A grande abertura de Biden

AUSTIN – Em um espaço de menos de três meses, eventos têm conspirado para transformar o cenário político americano. Primeiro, a pandemia de covid-19 derrotou Donald Trump – não porque a opinião pública neste país profundamente dividido tenha mudado, mas sim porque o vírus forçou a abertura dos portões do acesso às cédulas eleitorais. Graças à enorme disparada de votos enviados pelo correio, o comparecimento às eleições de 2020 superou o de 2016 em 20 milhões de votos, além de representar uma parcela maior do que qualquer outra eleição presidencial desde 1900.

Segundo, graças a dez anos de organização local por ativistas de direito ao voto liderados por Stacey Abrams, a Georgia trocou seus dois senadores republicanos por democratas no segundo turno da eleição de 5 de janeiro, dando assim um controle apertado do Senado americano ao Partido Democrata do presidente Joe Biden.

Por fim, Trump e alguns de seus colegas republicanos incentivaram uma turba a pilhar o Capitólio americano. Este catastrófico erro de cálculo político resultou na morte de cinco pessoas (inclusive um policial), no segundo impeachment de Trump, e na desgraça permanente dos candidatos mais que mais agressivamente investiram em suceder o presidente derrotado, os senadores Josh Hawley (Missouri) e Ted Cruz (Texas).

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