O Dólar e o Tecto da Dívida

BERKELEY – O dólar é a divisa que todo o mundo procura. Mas por quanto tempo mais? Virá a ser o seu estatuto de única divisa verdadeiramente global irremediavelmente prejudicado pela batalha no Congresso dos EUA sobre o aumento do tecto da dívida do governo federal? Estará o “privilégio exorbitante” do dólar como a principal divisa de reserva mundial verdadeiramente em risco?

Na verdade, os propagadores da miséria e desolação do dólar já soaram antes o alarme. Quando a se deu a crise do crédito hipotecário de alto risco, foi amplamente previsto que o dólar sofreria. Na verdade, a nota verde fortaleceu-se à medida que os investidores que procuravam um porto seguro correram para os títulos do Tesouro dos EUA. Um ano mais tarde, quando faliu o Lehman Brothers, o dólar beneficiou mais uma vez do efeito porto-seguro.

Dados do Fundo Monetário Internacional confirmam que estes choques provocaram um declínio reduzido (ou nulo) à predominância do dólar nas reservas de divisas estrangeiras detidas por bancos centrais. Do mesmo modo, dados reunidos pelo Banco de Pagamentos Internacionais mostram que o dólar domina as transacções globais em moeda estrangeira tanto como dominava em 2007.

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