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A pena capital da esquerda

CAMBRIDGE – Na tradicional (e um tanto ultrapassada) diferenciação entre esquerda e direita, os partidos de esquerda representam os trabalhadores, enquanto os partidos de direita representam os donos do capital. Quando a esquerda está no comando, de acordo com essa visão, ela tende a usar seu poder para reduzir a parcela da renda nacional que vai para o capital, seja por meio do aumento de impostos corporativos ou da tributação de ganhos de capital pessoais.

Alguns políticos de esquerda, no entanto, tentam minimizar a participação do capital regulando ou nacionalizando indústrias intensivas em capital, como eletricidade e infraestrutura. Por exemplo, o presidente colombiano Gustavo Petro recentemente  anunciou que deixaria de cumprir os termos das concessões rodoviárias e congelaria os pedágios. No entanto, dados os  termos do contrato, isso forçou o ministério das finanças a compensar investidores e deixou futuros investidores em alerta. Petro também anunciou sua intenção de assumir a responsabilidade de definir as contas de serviços públicos domésticos longe do regulador independente, para que ele pessoalmente possa cortar os custos de eletricidade.

No México, o presidente Andrés Manuel López Obrador (amplamente conhecido como AMLO) lançou uma reforma no mercado da eletricidade que consolidaria o monopólio da estatal Comisión Federal de Electricidad (CFE) e reverteria efetivamente as anteriores reformas pró-mercado promulgadas por seu antecessor, Enrique Peña Nieto. Como consequência, o investimento privado no setor energético mexicano entrou em colapso.

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