taylor15_Brooks KraftGetty Images_fed reserve Brooks Kraft/ Getty Images

O Fed domou a inflação?

CAMBRIDGE – Em 14 de novembro, de modo notável, o Departamento de Estatísticas Trabalhistas dos EUA anunciou que o índice de preços ao consumidor permaneceu inalterado em outubro. Para ser claro, isso quer dizer que o nível do IPC permaneceu inalterado; a taxa de crescimento do índice, ou inflação, foi na verdade zero. Claro que um mês não significa muita coisa. Os preços da gasolina não vão cair 5% todos os meses, como aconteceu entre setembro e outubro. Mas dados de longo prazo mais promissores – e significativos – também estão disponíveis: a taxa de inflação do IPC nos últimos 12 meses foi de 3,2%, muito abaixo da média de 6,5% em 2022. Sob o risco de se tentar o destino, pode-se dizer que a batalha contra a inflação está sendo vencida.

Ao contrário das previsões de muitoseconomistas – e da percepção duradoura de muitos americanos –, a taxa de inflação dos EUA, até agora, vem caindo semuma redução excessiva na atividade econômica ou no emprego. Na verdade, a economia criou uma média de 204 mil empregos por mês nos últimos três meses, bem acima da trajetória de crescimento de longo prazo da força de trabalho. Como resultado, o desemprego permanece abaixo de 4%, quase o nível mais baixo desde o final da década de 1960. Enquanto isso, o crescimento anualizado do PIB chega a 2,3% até agora neste ano, mais rápido do que a taxa média desde a virada do século.

A história em outras economias desenvolvidas é semelhante, com a inflação subindo em 2021-22 e depois caindo, embora o desempenho desses países fique atrás do dos Estados Unidos. Canadá, zona do euro, Japão e Reino Unido estão crescendo mais lentamente do que os EUA, e a inflação na Europa não vem caindo tanto quanto do outro lado do Atlântico. A inflação continua muito baixa no Japão.

https://prosyn.org/wc5T7I1pt