ms7664c.jpg Margaret Scott

A miragem do fim do jogo afegão

ESTOCOLMO - Numa recente visita ao Afeganistão e ao Paquistão, não pude deixar de reparar nas chamadas internacionais, cada vez mais frequentes, para um “fim do jogo” no Afeganistão. Mas um final para esse país é uma ilusão perigosa: o jogo não acabará e a história também não. A única coisa que poderia ter um fim é a atenção do mundo e o compromisso no Afeganistão, que podia muito bem conduzir a consequências catastróficas.

Muita da atenção internacional está agora no ano de 2014, a data prevista para a conclusão da transferência gradual da responsabilidade pela segurança das forças internacionais, ao governo afegão. Este processo não está isento de desafios, mas não há nenhuma razão para acreditar que não pode ser finalizado mais ou menos de acordo com o plano e com o actual calendário.

A minha convicção é de que o Afeganistão enfrentará um outro desafio, muito mais crítico, em 2014: a eleição de um novo presidente. Num sistema onde tanto poder - explícito e oculto, constitucional e tradicional - está centrado em torno do presidente, a eleição poderia muito bem transformar-se numa batalha total pelo futuro do país.

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