hausmann108_Kent Nishimura  Los Angeles Times via Getty Images_chipsandscienceact Kent Nishimura/Los Angeles Times via Getty Images

Por que a política industrial está de volta

CAMBRIDGE – Após décadas relegada às margens do pensamento econômico, a política industrial está ensaiando um retorno. Com mais países implementando medidas para apoiar determinados setores e estabelecer outros novos, o renascimento da política industrial foi um tópico importante na reunião deste ano do Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Os US$ 280 bilhões dos EUA para a Lei CHIPS and Science são um exemplo desse argumento. A nova legislação busca expandir o setor de semicondutores americano, a fim de diminuir a dependência do país da China e assegurar sua supremacia tecnológica. De modo parecido, a enganosamente chamada Lei de Redução da Inflação (Inflation Reduction Act - IRA) dispõe de US$ 370 bilhões em subsídios à transição energética.

Os países da União Europeia, em pé de guerra com a discriminação dos programas americanos contra fornecedores estrangeiros e com a violação de normas internacionais e da UE que proíbem subsídios estatais específicos para um setor, planejam responder aliviando suas próprias regras de subsídios. Enquanto isso, um terço do € 1,8 trilhão (US$ 2 trilhões) em financiamento de investimentos no Plano de Recuperação NextGenerationEU financiará o Green Deal Europeu, introduzido em 2019 para ajudar países-membros a investir em projetos de energia limpa.  E a tendência não se resume aos países ocidentais: a Indonésia impôs um veto às exportações de minério de níquel para promover seu setor de baterias de veículos elétricos.

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