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Os EUA estão em recessão?

CAMBRIDGE – Em 28 de julho, o Departamento de Análise Econômica (Bureau of Economic Analysis – BEA) dos Estados Unidos divulgará sua estimativa antecipada do crescimento do PIB no segundo trimestre. O anúncio iminente deixa os observadores roendo as unhas, com muitos esperando que ele confirme que a economia dos EUA deslizou para recessão no primeiro semestre de 2022. Mas mesmo que o anúncio pareça dizer isso, a realidade é mais complicada.

A previsão de recessão se baseia em duas hipóteses: o crescimento do primeiro trimestre foi negativo, e uma recessão é definida como dois trimestres consecutivos de crescimento negativo. Como resultado, se o crescimento do segundo trimestre for estimado como negativo, os mercados de ações e títulos poderiam reagir subindo no curtíssimo prazo. Uma recessão pode levar os investidores a acreditar que o Federal Reserve dos EUA aliviará suas altas agressivas das taxas de juros.

Mas há três grandes falhas nesse raciocínio. Primeiro, é tão provável que o crescimento tenha sido positivo quanto negativo no segundo trimestre. Sim, o modelo GDPNow do  Fed de Atlanta estima uma taxa de crescimento anual do segundo trimestre de -1,5%, com base nos dados disponíveis até 15 de julho. Mesmo assim, algunseconomistasinclusive eu – diriam que é mais provável o crescimento no segundo trimestre ter sido positivo.

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