White House north lawn John Middlebrook/ZumaPress

A América no caminho

NOVA IORQUE – A Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento do Desenvolvimento reuniu recentemente na capital da Etiópia, Adis Abeba. A conferência decorreu numa altura em que os países em desenvolvimento e os mercados emergentes já demonstraram a sua capacidade para absorver enormes quantidades de dinheiro de forma produtiva. Na verdade, as tarefas que estes países estão a empreender – investir em infra-estruturas (estradas, electricidade, portos, e muito mais), construir cidades que um dia albergarão milhares de milhões, e evoluir no sentido de uma economia verde – são verdadeiramente gigantescas.

Ao mesmo tempo, não há falta de dinheiro à espera de ser empregue produtivamente. Ainda há poucos anos, Ben Bernanke, então presidente do Conselho de Governadores da Reserva Federal dos EUA, falava de uma fartura global de poupanças. E, no entanto, os projectos de investimento com elevado retorno social estavam à míngua de fundos. Isso ainda é verdade hoje. O problema, então como agora, é que os mercados financeiros do mundo, destinados a intermediar eficientemente entre as poupanças e as oportunidades de investimento, em vez disso distribuem indevidamente o capital e criam risco.

Existe outra ironia. A maior parte dos projectos de investimento de que o mundo emergente necessita são de longo prazo, como são muitas das poupanças disponíveis – os biliões em contas poupança-reforma, em fundos de pensões, e em fundos soberanos. Mas os nossos mercados financeiros, cada vez mais míopes, permanecem no meio.

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