chinese migrant worker Lucas Schifres/Getty Images

Os danos colaterais da guerra fria sino-americana

CLAREMONT, CALIFÓRNIA – A crescente disputa comercial entre os Estados Unidos e a China é vista cada vez mais como a campanha de abertura de uma nova guerra fria. Mas este confronto de titãs, caso continue a crescer, custará caro a ambas as partes, ao ponto de que até mesmo o vencedor (é mais possível que seja os EUA) irá, provavelmente, achar que a sua vitória foi pírrica.

Contudo, é o resto do mundo que pagaria o preço mais elevado. Na verdade, apesar da baixa probabilidade de um choque militar direto entre os EUA e a China, uma nova guerra fria produziria, sem dúvida, danos colaterais tão amplos e severos que o próprio futuro da humanidade poderia ficar comprometido.

As tensões bilaterais já estão a contribuir para uma dissociação económica que está a repercutir-se por toda a economia mundial. Se o fim da Guerra Fria, em 1991, lançou a idade de ouro da integração económica mundial, o início da próxima guerra fria entre as duas maiores economias do mundo produzirá, indubitavelmente, divisão e fragmentação.

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