viel1_Marco TaccaGetty Images_italyhospitalcoronavirus Marco Tacca/Getty Images

Cidades pós-pandemia

MILÃO – As nossas cidades não serão as mesmas depois da COVID-19. Nem deveriam ser. Em Itália, assim como noutros lugares, a crise de saúde pública colocou-nos na defensiva. Os nossos hospitais têm sido insuficientes. E as nossas cidades, ao terem sido planificadas para satisfazerem as nossas necessidades em momentos particulares que não se assemelham em nada aos do presente, fomentaram o contágio.

Como resultado, o coronavírus está a desligar o mecanismo de ideias e interações que impulsiona o dinamismo social e o crescimento económico: o centro urbano. E, como o contágio pode transformar-se numa ameaça crónica ou a longo prazo, o modo como iremos adaptar o planeamento e a gestão a nível urbano em conformidade, tornou-se uma questão importante para os arquitetos.

Planear corretamente significa projetar um sistema em desenvolvimento com limites e uma visão clara dos riscos. A falta de hospitais levou a uma corrida frenética e onerosa para construí-los em locais não projetados a pensar na saúde. Em Itália, o governo já considerou construir polos no centro e no sul do país, onde as infraestruturas de saúde são frágeis. E, no entanto, mais de 75% dos casos de COVID-19 de Itália ocorreram no norte da Toscana, onde, mesmo tendo a infraestrutura de saúde mais sofisticada do país, a região estava sobrecarregada pela necessidade de cuidados urgentes.

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