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O Camboja está a complicar a guerra comercial de Trump

PARIS – O Departamento de Segurança Interna dos EUA multou várias empresas por evasão às tarifas do presidente Donald Trump sobre as importações oriundas da China, redireccionando-as pela Zona Económica Especial de Sihanoukville, no Camboja. A ZEES, detida pela China, sublinha o modo como o Camboja, agindo como colónia corrupta e alinhada com a China, ameaça a aplicação das tarifas de Trump e, de modo mais genérico, os interesses dos EUA na região.

A China é o maior doador assistencial, investidor e credor do Camboja, e Sihanoukville – o único porto de águas profundas do Camboja, e que movimenta 70% do comércio do país – é o primeiro elo na cadeia do colossal projecto transnacional de investimento em infra-estruturas, a Iniciativa do Cinturão e da Rota. Mas longe de estar a enriquecer com os investimentos da ICR, o Camboja está a ser esmagado por eles.

As empresas chinesas que exercem actividade na ZEES compram e vendem entre si, o que significa que as pessoas locais não recebem nada da riqueza que trazem ao Camboja. Pelo contrário, as condições de vida para os Cambojanos numa Sihanoukville em crescimento acelerado estão a deteriorar-se rapidamente, devido à falta de um eficaz planeamento do território e de investimentos centrados na comunidade.

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