ve431c.jpg Chris Van Es

Devemos viver até aos mil anos?

PRINCETON – Em que problemas devemos concentrar a investigação na medicina e nas ciências biológicas? Há um forte argumento para se combater as doenças que matam mais pessoas, como a malária, o sarampo e a diarreia, que matam milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, mas muito poucas no mundo desenvolvido.

Os países desenvolvidos, no entanto, dedicam a maior parte dos seus fundos para a investigação, nas doenças que os seus cidadãos sofrem. É provável que este cenário continue num futuro previsível. Tendo em conta essa coacção, que descoberta importante na medicina contribuiria mais para melhorar as nossas vidas?

Se o seu primeiro pensamento for “uma cura para o cancro” ou “uma cura para a doença cardíaca”, pense novamente. Aubrey de Grey, geneticista e director da Fundação SENS e o mais proeminente defensor de todo o mundo da investigação anti-envelhecimento, argumenta que não faz sentido gastar a maior parte dos nossos recursos médicos na tentativa de combater as doenças do envelhecimento, sem combater o envelhecimento em si. Se curarmos uma destas doenças, aqueles que poderiam morrer por causa dela podem esperar sucumbir por uma outra em poucos anos. A vantagem é portanto modesta.

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