BERKELEY – O debate sobre as stablecoins (criptomoedas cujo valor é estável) já percorreu um longo caminho desde que o Facebook anunciou a criação da Libra (agora rebatizada como Diem) há exatamente quase dois anos. Um canto obscuro da esfera digital que era mal compreendido na época está agora sujeito a um escrutínio cada vez mais intenso por parte dos banqueiros centrais, reguladores e investidores. As apostas, inclusive para a estabilidade financeira, são altas. A capitalização de mercado, ou oferta circulante, só das quatro principais stablecoins em dólares ultrapassa os 100 mil milhões de dólares.
Mas uma análise mais rigorosa não significa uma melhor compreensão. Comecemos pela crença de que as stablecoins são intrinsecamente estáveis porque são “totalmente colateralizadas”. A questão, claro, é: colateralizadas pelo quê?
Os investidores ingénuos que investem em moedas atreladas ao dólar presumem que a garantia assume a forma de dólares mantidos em bancos americanos protegidos pelo governo federal ou um seu equivalente próximo. Mas isso é apenas parcialmente correto. Depois de ser criticado pela sua opacidade, o principal emissor de stablecoins, a Tether Limited, revelou recentemente que detinha apenas um quarto das suas reservas em dinheiro, contas bancárias e títulos do governo, enquanto detinha quase metade em papel comercial e outro décimo em obrigações de empresas. A segunda maior stablecoin por capitalização, a USD Coin, diz apenas que mantém as suas reservas em instituições depositárias seguradas dos EUA e outros “investimentos aprovados”. O que quer que isso signifique.
BERKELEY – O debate sobre as stablecoins (criptomoedas cujo valor é estável) já percorreu um longo caminho desde que o Facebook anunciou a criação da Libra (agora rebatizada como Diem) há exatamente quase dois anos. Um canto obscuro da esfera digital que era mal compreendido na época está agora sujeito a um escrutínio cada vez mais intenso por parte dos banqueiros centrais, reguladores e investidores. As apostas, inclusive para a estabilidade financeira, são altas. A capitalização de mercado, ou oferta circulante, só das quatro principais stablecoins em dólares ultrapassa os 100 mil milhões de dólares.
Mas uma análise mais rigorosa não significa uma melhor compreensão. Comecemos pela crença de que as stablecoins são intrinsecamente estáveis porque são “totalmente colateralizadas”. A questão, claro, é: colateralizadas pelo quê?
Os investidores ingénuos que investem em moedas atreladas ao dólar presumem que a garantia assume a forma de dólares mantidos em bancos americanos protegidos pelo governo federal ou um seu equivalente próximo. Mas isso é apenas parcialmente correto. Depois de ser criticado pela sua opacidade, o principal emissor de stablecoins, a Tether Limited, revelou recentemente que detinha apenas um quarto das suas reservas em dinheiro, contas bancárias e títulos do governo, enquanto detinha quase metade em papel comercial e outro décimo em obrigações de empresas. A segunda maior stablecoin por capitalização, a USD Coin, diz apenas que mantém as suas reservas em instituições depositárias seguradas dos EUA e outros “investimentos aprovados”. O que quer que isso signifique.