bc18ab0346f86f380e986116_ve1643c.jpg Chris Van Es

Salvar os Sírios

CAMBERRA - Apesar aprovação tardia do Conselho de Segurança das Nações Unidas da missão de pacificação do Enviado Especial da ONU, Kofi Annan, na Síria, a confiança numa cooperação séria ou sustentada por parte do presidente sírio, Bashar al-Assad, continua a ser diminuta e os apelos à intervenção militar externa continuam. Enquanto a crise da Síria vai de mal a pior, aqueles que preconizam o recurso à força armada estão a invocar tanto a tragédia da inércia no Ruanda e na Bósnia na década de 1990, como o triunfo da acção internacional decisiva na Líbia, no ano passado.

As propostas cobrem todo o espectro, desde a definição de zonas de exclusão aérea, zonas-tampão, "zonas de não matar", refúgios seguros e corredores humanitários protegidos para armar o Exército Livre da Síria para combater o regime de Assad. Outros ainda preconizam a invasão aberta para derrubá-lo. A questão angustiante para aqueles que acreditam que a comunidade internacional tem a responsabilidade de acabar com os crimes contra a humanidade, prende-se não só com o facto de saber se alguma destas opções é efectivamente exequível, mas também de determinar se serão mais prejudiciais do que úteis.

Actualmente, nenhuma opção militar tem qualquer possibilidade de apoio de um Conselho de Segurança da ONU que está ainda em grande parte paralisado por uma reacção contra os excessos da OTAN relativamente ao seu mandato de protecção de civis na Líbia. A única opção militar que recebeu algum apoio concreto internacional até agora - alegadamente de alguns dos vizinhos sunitas do golfo da Síria - foi o armamento de forças de oposição.

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