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Os riscos e oportunidades da dívida privada

NOVA YORK – Em uma economia global cada vez mais movida a crédito, o mercado de dívidas privadas está emergindo como uma nova fronteira para investidores ávidos por rendimentos. As relações bilaterais próximas que caracterizam este mercado oferecem oportunidades únicas para tomadores e credores. Mas a crescente base de investidores e a ampla distribuição de empréstimos privados nas plataformas de crédito dificultam avaliar o nível de risco e - mais importante - quem, em última instância, o detém.

O mercado mundial de dívida privada - especificamente os empréstimos diretos - cresceu dez vezes na última década. No início deste ano, fundos envolvidos principalmente em empréstimos diretos detinham ativos de US$ 412 bilhões - incluindo quase US$ 150 bilhões em reservas para investimentos adicionais, segundo o provedor de dados financeiros Preqin. É provável que esta expansão rápida da dívida privada (que inclui de modo mais amplo situações especiais, dívidas depreciadas e dívidas mezzanine, além do empréstimo direto) vá continuar. O histórico consistente de desempenho da dívida privada e os retornos atraentes ao longo da última década – com spreads de crédito tipicamente maiores do que os dos empréstimos amplamente sindicalizados – vêm compreensivelmente atraindo investidores institucionais com alocações fixas de renda (como seguradoras, fundos de pensão, donativos e fundos soberanos).

Mas a dívida privada ainda é uma região pouco conhecida das finanças, com menos transparência e liquidez do que os mercados de títulos especulativos e empréstimos sindicalizados. Além disso, dados confiáveis continuam relativamente escassos. Uma expansão da base de investidores pode trazer riscos elevados caso leve a uma volatilidade maior. No entanto, o apelo da dívida privada para credores e devedores vem colocando esse mercado relativamente obscuro no centro das atenções.

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