ruettinger1_Visual China Group via Getty ImagesVisual China Group via Getty Images_5Gchinadoctortechnology Visual China Group via Getty Images

Globalizar a revolução da IA nos cuidados de saúde

MUNIQUE – Estamos a entrar num período de transformação na ciência médica, à medida que as técnicas tradicionais de investigação se juntam ao enorme poder computacional e a uma riqueza de novos dados. Recentemente, a Google anunciou que desenvolveu um sistema de inteligência artificial (IA) capaz de superar os radiologistas humanos na deteção de cancro de mama. E esse é apenas o exemplo mais recente de como a aprendizagem automática e os grandes volumes de dados estão a conduzir a novos diagnósticos, tratamentos e descobertas médicas. Contudo, para atingir o enorme potencial da IA, temos de desenvolver uma estratégia pragmática e globalmente aceite para governar a recolha e a utilização de “dados do mundo real”.

Os dados do mundo real incluem qualquer informação que possa ajudar a orientar novas investigações médicas. Alguma dessa informação já existe há bastante tempo. Por exemplo, os investigadores em oncologia há muito que utilizam registos anónimos de saúde para selecionarem pacientes candidatos que têm maior probabilidade de reagir bem a tratamentos novos e experimentais. Mas outros tipos de dados foram apenas disponibilizados recentemente, juntamente com a tecnologia para analisá-los em escala.

Os novos recursos oferecidos pela IA e pelas respetivas tecnologias levantam questões complicadas, às vezes controversas, sobre privacidade e propriedade de dados. Mas podemos enfrentar esses desafios ao estabelecer-se regras abrangentes para proteger as informações pessoais. Os governantes em todo o mundo e dentro das instituições de governação global não se devem atrasar. Os grandes líderes da ciência médica já estão a avançar com iniciativas de dados do mundo real nos Estados Unidos, onde a ampla disponibilidade de dados anónimos dos pacientes está a alimentar uma nova onda de inovação.

https://prosyn.org/DC6OHyypt