sachs357_ Ukrainian PresidencyHandoutAnadolu Agency via Getty Images_zelensky Ukrainian Presidency/Handout/Anadolu Agency via Getty Images

Hora de discutir os termos da paz com a Rússia

NOVA YORK – Em 7 de março, a Rússia declarou três objetivos de sua invasão da Ucrânia: neutralidade oficial ucraniana, reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia e reconhecimento da independência das regiões separatistas pró-russas em Luhansk e Donetsk. Os Estados Unidos e a Otan não têm falado publicamente sobre um acordo diplomático final, e, com o governo do presidente Volodymyr Zelensky focado em manter a união nacional e a resistência armada à Rússia, a Ucrânia só tem declarado suas posições públicas em termos ligeiramente contraditórios aqui e ali. Mas Zelensky, em consulta com os EUA e a Europa, que estão apoiando a capacidade de combate da Ucrânia, deveria formular e declarar o que seria um acordo de paz razoável.

Aqui, a meu ver, está o que o governo da Ucrânia deveria dizer. Primeiro, a neutralidade ucraniana não só é aceitável como prudente, caso o acordo de paz negociado ofereça garantias suficientes de segurança. A neutralidade ajudará a manter a Otan e a Rússia separadas – um bem positivo para todos os lados e para o mundo. A Ucrânia pode prosperar como país fora da Otan, assim como Áustria, Chipre, Irlanda, Malta, Finlândia e Suécia prosperam.

Mas quem iria garantir essa neutralidade? A meu ver, o Conselho de Segurança da ONU devia fazê-lo, inclusive por meio do envio de uma força internacional de paz. Trazer a China para este acordo seria estabilizador. A China está sendo prejudicada por esta guerra, mas concorda com a oposição da Rússia à ampliação da OTAN e se opõe a política semelhante de alianças lideradas pelos EUA na Ásia. Assim, creio que a China seria favorável a um acordo de paz ligado à não-ampliação da OTAN, e provavelmente encorajaria a Rússia a aceitá-lo.

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