pa2346c.jpg Paul Lachine

Paz na Caxemira?

LAHORE/NOVA DELI – Uma mudança subtil pode estar a ocorrer num dos mais longos e intratáveis conflitos mundiais – a disputa entre a Índia e o Paquistão sobre a Caxemira. Cada vez mais, parece, os Paquistaneses questionam o que a disputa da Caxemira fez ao seu próprio estado e sociedade.

Quando o Paquistão foi criado a partir da Índia pelos Britânicos na Partição de 1947, os 562 “estados principescos” (regiões governadas nominalmente por potentados sortidos, mas devendo obediência ao Raj Britânico) foram chamados a escolher entre um dos dois novos países. O Marajá de Jammu e Caxemira – um estado de maioria Muçulmana com um governante Hindu – hesitou sobre aderir a um ou outro, e namorou a ideia de permanecer independente.

Mas rumores de que o Marajá se inclinava para a Índia despoletaram uma invasão de revolucionários Muçulmanos e membros de tribos Paquistanesas. O Marajá, temendo que o seu estado caísse nas mãos dos saqueadores, aderiu à Índia, que prontamente enviou tropas para deter os agressores (nesse ponto já ampliados pelo Exército Paquistanês). A Primeira Guerra da Caxemira durou até 1948, altura em que a Índia levou a questão ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, resultando num cessar-fogo que deixou a Índia em posse de aproximadamente dois terços do estado.

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