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A recuperação pós-pandemia precisa incluir a economia informal da assistência

BUENOS AIRES/WASHINGTON, DC – A pandemia do COVID-19 pode ter desacelerado a economia global em 2020, mas a “economia informal de assistência” estava atuando mais do que nunca. Por muito tempo, economistas e legisladores ignoraram esse segmento. Os modelos econômicos contabilizam os bens e serviços vendidos no mercado e os trabalhadores que os produzem, recebem renda e pagam impostos. Mas o trabalho que permite que esses trabalhadores sejam alimentados, cuidados quando crianças e incapazes quando estão doentes é quase invisível nos dados oficiais.

O motivo é simples: a maior parte do trabalho na economia informal de assistência não é compensado financeiramente. O trabalho não remunerado não está incluído no Sistema de Contas Nacionais ou no produto interno bruto. Os economistas que criaram essas métricas se concentraram principalmente no valor das transações de mercado. Essa perspectiva, que ignora as contribuições não pagas, há muito foi institucionalizada na análise econômica convencional. A pandemia tornou suas deficiências impossíveis de serem ignoradas por mais tempo.

Esforços para remediar a subvalorização da sociedade do trabalho de assistência estão em andamento desde a década de 1990. A coleta de dados sobre o uso do tempo em mais de 90 países ao redor do mundo nos ajudou a aprender mais sobre trabalho não remunerado, que é feito principalmente por mulheres. Embora essas valiosas informações possam ser usadas para avaliar uma ampla gama de políticas fiscais, trabalhistas e sociais, os dados de uso do tempo são subutilizados no planejamento e na análise. O setor de assistência, em sua maior parte, permanece invisível nas ferramentas padrão de políticas.

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