President of Liberia Ellen Johnson Sirleaf John Moore/Getty Images

Mulheres africanas na liderança

TORONTO – África tem uma longa história de liderança feminina. Contudo, a liderança pode ser uma aspiração desafiante para as mulheres jovens do continente, devido às persistentes barreiras ao sucesso. Se os países africanos - e as mulheres de África - quiserem explorar o seu potencial, isso tem de mudar.

As mulheres foram líderes na linha de frente da luta pela descolonização de África. A rainha Anna Nzinga, a monarca dos reinos Ndongo e Matamba, onde hoje é Angola, passou décadas a lutar para proteger o seu povo dos portugueses e do seu comércio de escravos em expansão. Em 1900, Yaa Asantewaa, a rainha mãe do Império Ashanti (parte do atual Gana), liderou uma rebelião contra o colonialismo britânico. Quase três décadas mais tarde, as mulheres no sudeste da Nigéria organizaram uma revolta, conhecida como a Revolta das Mulheres de Aba, contra as políticas coloniais britânicas.

Mais recentemente, a presidente Ellen Johnson Sirleaf – vencedora do Prémio Nobel da Paz – conduziu o seu país à reconciliação e à recuperação após uma longa década de guerra civil, gerindo em simultâneo uma epidemia devastadora do vírus Ébola. A antiga ministra da Saúde ruandesa, Agnes Binagwaho dedicou a sua carreira a conseguir um acesso equitativo aos cuidados de saúde dentro e fora do seu país. Quando era adolescente, Kakenya Ntaiya concordou em se submeter a uma circuncisão feminina (um tradicional ritual de passagem Maasai) em troca da oportunidade de ter educação. Após conseguir tirar um doutoramento em educação, ela fundou a Kakenya’s Dream, que se foca na educação de raparigas, em acabar com as práticas tradicionais nocivas e edificar as comunidades rurais no Quénia.

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