kapparov1_RUSLAN PRYANIKOVAFPGetty Images_kazakhstan protest Ruslan Pryanikov/AFP/Getty Images

As reformas de que o Cazaquistão precisa

ALMATY – O ex-presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev, que renunciou em março após quase 30 anos no poder, era um grande admirador do líder de Singapura, Lee Kuan Yew. Para Nazarbayev, a liderança de Lee comprovou a importância de se fortalecer a economia antes de se liberalizar a política. Mas as falhas dessa estratégia estão agora em absoluta exibição.

Tal como Nazarbayev disse: “A classe média não emergirá sem uma economia sustentável, a qual não pode existir sem uma liderança suficientemente forte e sábia capaz de tirar o país da queda livre”. Mas uma economia sustentável não é o que o governo dele construiu. Em vez disso, dependia das receitas do petróleo – que representavam mais de 27% do orçamento geral do país em 2014 – para manter os impostos baixos, comprando efetivamente o consentimento dos cidadãos para o autoritarismo.

Quando os preços globais do petróleo caíram a pique em 2014, de mais de 100 dólares por barril para cerca de 50 dólares, o Cazaquistão foi duramente afetado. A moeda local, o tenge, perdeu quase metade do seu valor em relação ao dólar dos EUA, os rendimentos reais caíram para os níveis anteriores ao boom do petróleo e o desemprego disparou, especialmente entre os jovens.

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