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Quem é mais pressionado pela austeridade?

WASHINGTON, D.C. – Quando Edmundo, um apanhador de lixo do Peru, contraiu COVID-19, teve de contratar um empréstimo bancário para pagar a sua visita à clínica. Muitos dos seus colegas também adoeceram e se endividaram, desesperadamente à procura de empréstimos, gastando as suas poupanças e vendendo as suas terras e pertences para cuidados clínicos e medicamentos receitados.

Os trabalhadores informais como Edmundo (o seu nome foi alterado para proteger a sua privacidade), ou recicladores,como são conhecidos na América Latina, prestam um serviço público essencial na reciclagem dos detritos sólidos das localidades urbanas. De Nova Iorque a Banguecoque, contribuem para as suas economias locais e nacionais, melhoram a saúde pública e promovem a sustentabilidade ambiental.

Mas apesar de os trabalhadores informais como estes apanhadores de lixo constituírem a maioria da mão-de-obra global, não têm seguro de saúde, pensões ou qualquer forma de protecção social. Durante os últimos anos, muitos viram os seus rendimentos eliminados pelos confinamentos da COVID-19 e pelas perturbações nas cadeias de aprovisionamento e pressões inflacionárias associadas à pandemia. Muitos debatem-se hoje com dificuldades financeiras e enfrentam ameaças constantes à sua saúde, segurança e subsistência.

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