spahn1_JOHN MACDOUGALLAFP via Getty Images_berlingermanycoronavirus John Macdougall/AFP via Getty Images

Como a Alemanha conteve o coronavírus

BERLIM – A Alemanha é frequentemente citada como exemplo positivo para a gestão da pandemia da COVID-19. Fomos bem-sucedidos em impedir que o nosso sistema de saúde fosse sobrecarregado. A curva das infecções está claramente a achatar. E a proporção de casos críticos e de óbitos é mais baixa na Alemanha que em muitos outros países. Mas isto é motivo para humildade, e não para confiança excessiva.

Vejo três razões para que a Alemanha tenha, até agora, passado relativamente bem por esta crise. Primeiro, o sistema de saúde alemão estava em boa forma antes da crise; todas as pessoas dispuseram de pleno acesso a cuidados médicos. Este mérito não é só do governo actual, mas sim de um sistema que foi construído durante muitos governos. Com uma rede excelente de clínicos gerais capazes de tratar os casos menos graves de COVID-19, os hospitais puderam concentrar-se nos doentes graves.

Segundo, a Alemanha não foi o primeiro país atingido pelo vírus, e por isso teve tempo para preparar-se. Embora tenhamos sempre reservado um número relativamente grande de camas de hospital, especialmente nas unidades de cuidados intensivos, desde o seu início também levámos a sério a ameaça da COVID-19. Assim, a capacidade de UCI do país foi muito rapidamente ampliada, das 12.000 para as 40.000 camas.

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