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A guerra contra a educação

LONDRES – O rapto de mais de 200 estudantes do sexo feminino no Norte da Nigéria pelo grupo terrorista islâmico Boko Haram vai além do ultrajante. Lamentavelmente, é apenas a mais recente batalha numa guerra selvagem que está a ser travada contra o direito fundamental de todas as crianças à educação. Essa guerra é mundial, tal como os horríveis incidentes no Paquistão, no Afeganistão e na Somália confirmam.

Em todo o mundo, houve 10 mil ataques violentos nas escolas e universidades nos últimos quatro anos, de acordo com um relatório elaborado pela Coligação para Proteger a Educação dos Ataques. A evidência tem tanto de ampla como de lancinante, desde os 22 alunos do sexo masculino mortos por supostos militantes do Boko Haram no estado nigeriano de Yobe, no início deste ano, e as crianças estudantes somalis forçadas a tornarem-se soldados, até aos rapazes muçulmanos atacados por nacionalistas étnicos birmaneses/budistas em Mianmar e às alunas no Afeganistão e no Paquistão que foram bombardeadas, baleadas ou envenenadas pelos talibãs, por se atreverem a procurarem uma educação.

Estes não são exemplos isolados de crianças apanhadas no meio de fogo cruzado; isto é o que acontece quando as salas de aula se tornam nos verdadeiros alvos dos terroristas que vêem a educação como uma ameaça. (Na verdade, Boko Haram é traduzido literalmente para significar que a educação “falsa” ou “ocidental” é “proibida”). Em pelo menos 30 países, há um padrão concertado de ataques por grupos armados, sendo o Afeganistão, a Colômbia, o Paquistão, a Somália, o Sudão e a Síria os mais afectados.

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