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Globalização com características chinesas

BERKELEY – O unilateralismo errático do presidente dos EUA, Donald Trump, representa nada menos que a abdicação da liderança económica e política global. A retirada de Trump do acordo de Paris sobre o clima, a sua rejeição do acordo nuclear com o Irão, a sua guerra aduaneira, e os seus frequentes ataques a aliados e aproximações a adversários transformaram rapidamente os Estados Unidos num parceiro pouco fiável para a manutenção da ordem internacional.

Mas as políticas de “América Primeiro” da administração fizeram mais do que desqualificar os EUA para a liderança global. Também criaram espaço para que outros países remodelem o sistema internacional de acordo com as suas preferências. A influência da China, em particular, deverá crescer.

Consideremos, por exemplo, que se a União Europeia encarar os EUA como um parceiro comercial pouco fiável, terá um incentivo proporcionalmente superior para negociar um acordo comercial com a China em termos aceitáveis para o governo do Presidente Xi Jinping. De forma mais genérica, se os EUA virarem as costas à ordem global, a China estará bem posicionada para liderar as reformas das regras do comércio e investimento internacionais.

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