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O verdadeiro inimigo da economia mundial é geopolítica, não protecionismo

CAMBRIDGE - “A era do livre comércio parece ter chegado ao fim. Como a economia mundial se sairá com o protecionismo?”

Essa é uma das perguntas mais comuns que eu ouço hoje em dia. Contudo, a distinção entre livre comércio e protecionismo (como aquela entre mercados e o Estado, ou entre mercantilismo e liberalismo) não é particularmente útil para entender a economia global. Não só isso é uma representação equivocada da história recente; também explica mal as transições de política econômica atuais e as condições necessárias para uma economia global saudável.

“Livre comércio” conjura uma imagem de governos recuando para permitir que os mercados determinem por si sós os resultados econômicos. Porém, qualquer economia de mercado requer normas e regulamentações - padrões de produtos; controles sobre conduta comercial anticompetitiva; salvaguardas para consumidores, trabalhistas e ambientais; funções de credor de último recurso e estabilidade financeira - em geral promulgadas e implementadas pelos governos.

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