eichengreen177_Justin SullivanGetty Images_siliconvalleybank Justin Sullivan/Getty Images

O mistério do assassinato do banco

BERKELEY – Quando uma crise bancária estourou no início de março, especialistas correram para suas barricadas, ou pelo menos para seus bancas para redigir colunas sobre quem era o culpado. Sem surpresa, essas avaliações iniciais, baseadas em informações ainda incompletas, muitas vezes se contradiziam. Vale lembrar a máxima de Walter Raleigh: quem segue a história muito de perto corre o risco de levar um chute na boca.

Um mês depois, a narrativa se concentrou em quatro aspectos, ou interpretações, da crise. A primeira é o que pode ser chamado de visão de gerenciamento incompetente. A alta administração do Silicon Valley Bank era mais eficiente em dar boas-vindas a empresas de tecnologia do que em tomar prudentes decisões de investimento. Surpreendentemente, durante grande parte de 2022, o SVB, uma empresa financeira de US$ 200 bilhões, não teve um diretor de risco. Enquanto seus colegas de outros bancos voltaram ao escritório, o trabalho em casa continuou sendo a norma para os principais gerentes do SVB, que estavam espalhados por seis fusos horários, do Havaí à costa leste dos Estados Unidos. Qualquer pessoa que tenha experiência direta com trabalho remoto saberá que tais arranjos não são propícios para a tomada de decisões difíceis.

Assim, os gerentes do SVB, vendo os depósitos do banco dispararem, seguiram o caminho mais fácil e se atulharam de títulos do Tesouro. Eles adquiriram coberturas contra exposição à taxa de juros, mas depois abandonaram essas posições em uma medida de economia de custos no pior momento possível.

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