CAMBRIDGE – O poderoso dólar dos EUA continua a reinar soberanamente nos mercados mundiais. Mas o domínio do dólar pode muito bem ser mais frágil do que parece, porque as mudanças futuras esperadas no regime cambial da China provavelmente desencadearão uma transformação significativa na ordem monetária internacional.
Por muitas razões, as autoridades chinesas irão, provavelmente, um dia, parar de fixar o renminbi à cotação de um cabaz de moedas e mudar para um regime moderno de metas de inflação, sob o qual permitem que a taxa de câmbio flutue muito mais livremente, especialmente em relação ao dólar. Quando isso acontecer, prevê-se que a maior parte da Ásia siga a China. Na devida altura, o dólar, atualmente a moeda âncora para cerca de dois terços do PIB mundial, poderá perder quase metade da sua importância.
Considerando o quanto os Estados Unidos dependem do estatuto especial do dólar – ou do que o então ministro das Finanças francês, Valéry Giscard d'Estaing, apelidou de “privilégio exorbitante” dos EUA – para financiar imensos empréstimos públicos e privados, o impacto de tal mudança pode ser significativo. Dado que os EUA têm usado agressivamente o financiamento do défice para combater a devastação económica resultante da COVID-19, a sustentabilidade da sua dívida pode ser questionada.
To continue reading, register now.
Subscribe now for unlimited access to everything PS has to offer.
Subscribe
As a registered user, you can enjoy more PS content every month – for free.
Register
Already have an account?
Log in
CAMBRIDGE – O poderoso dólar dos EUA continua a reinar soberanamente nos mercados mundiais. Mas o domínio do dólar pode muito bem ser mais frágil do que parece, porque as mudanças futuras esperadas no regime cambial da China provavelmente desencadearão uma transformação significativa na ordem monetária internacional.
Por muitas razões, as autoridades chinesas irão, provavelmente, um dia, parar de fixar o renminbi à cotação de um cabaz de moedas e mudar para um regime moderno de metas de inflação, sob o qual permitem que a taxa de câmbio flutue muito mais livremente, especialmente em relação ao dólar. Quando isso acontecer, prevê-se que a maior parte da Ásia siga a China. Na devida altura, o dólar, atualmente a moeda âncora para cerca de dois terços do PIB mundial, poderá perder quase metade da sua importância.
Considerando o quanto os Estados Unidos dependem do estatuto especial do dólar – ou do que o então ministro das Finanças francês, Valéry Giscard d'Estaing, apelidou de “privilégio exorbitante” dos EUA – para financiar imensos empréstimos públicos e privados, o impacto de tal mudança pode ser significativo. Dado que os EUA têm usado agressivamente o financiamento do défice para combater a devastação económica resultante da COVID-19, a sustentabilidade da sua dívida pode ser questionada.
To continue reading, register now.
Subscribe now for unlimited access to everything PS has to offer.
Subscribe
As a registered user, you can enjoy more PS content every month – for free.
Register
Already have an account? Log in