OXFORD –No debate sobre o futuro do jornalismo, as “notícias falsas” tornaram-se o centro das atenções, com histórias a apresentar um presidente americano inflamado, “bots” de comunicação russos e a traição e o subterfúgio a competir pela atenção do público. Mas numa era de redução de lucros e de diminuição de audiências, será que as notícias falsas são mesmo a grande ameaça que os tradicionais meios de comunicação social enfrentam?
Num ambiente jornalístico cada vez mais suscetível à hiperventilação, pode ser difícil separar os factos dos conteúdos fabricados ou deliberadamente tendenciosos, que são partilhados através das redes sociais. A proliferação dos “bots” –programas de computador que espalham automaticamente a desinformação –tornou estas linhas de separação mais indefinidas. E à medida que os métodos de manipulação multiplicam, é expectável que o problema piore.
E, ainda assim, o constante e iminente foco nas notícias falsas distraiu muitos, ligados à indústria, de desafios mais sérios que o jornalismo profissional encara. A erosão dos modelos empresariais e a crescente dependência de terceiros distribuidores digitais –como Facebook e Google –algemaram as organizações de notícias e reduziram gravemente os seus lucros. E o mais grave é que o público já não confia na informação que lhe é apresentada. Isto sugere que o problema é mais do que apenas notícias falsas.
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Num ambiente jornalístico cada vez mais suscetível à hiperventilação, pode ser difícil separar os factos dos conteúdos fabricados ou deliberadamente tendenciosos, que são partilhados através das redes sociais. A proliferação dos “bots” –programas de computador que espalham automaticamente a desinformação –tornou estas linhas de separação mais indefinidas. E à medida que os métodos de manipulação multiplicam, é expectável que o problema piore.
E, ainda assim, o constante e iminente foco nas notícias falsas distraiu muitos, ligados à indústria, de desafios mais sérios que o jornalismo profissional encara. A erosão dos modelos empresariais e a crescente dependência de terceiros distribuidores digitais –como Facebook e Google –algemaram as organizações de notícias e reduziram gravemente os seus lucros. E o mais grave é que o público já não confia na informação que lhe é apresentada. Isto sugere que o problema é mais do que apenas notícias falsas.
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