bedasso3_YONAS TADESSEAFP via Getty Images_ethiopiaprotestflag Yonas Tadesse/AFP via Getty Images

O desafio do prémio para a paz na Etiópia

ADIS ABEBA – Ao mesmo tempo que o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, recebe o Prémio Nobel da Paz em Oslo, o seu país está numa encruzilhada. Um dos caminhos leva a uma transição democrática, através das eleições gerais marcadas para Maio de 2020. O outro caminho levaria o país à instabilidade, à violência étnica, e possivelmente a um regresso ao autoritarismo repressivo.

Durante a última década, a Etiópia registou um crescimento económico sólido e generalizado. Com base nesses ganhos, o governo investiu no desenvolvimento de infra-estruturas e na expansão de serviços sociais, como a saúde e o ensino. Além disso, desde Abril de 2018, altura em que Ahmed tomou pacificamente o poder no seguimento da inesperada demissão do seu antecessor, o governo tem vindo a repor liberdades políticas e económicas.

Ahmed levantou o estado de emergência do país, ordenou a libertação de milhares de presos políticos, permitiu o regresso de dissidentes no exílio, eliminou proibições sobre partidos políticos e desbloqueou meios de comunicação anteriormente censurados. Também chegou a um acordo com a Eritreia para terminar o impasse militar de 20 anos que sucedeu à sua guerra fronteiriça de 1998-2000 – o motivo para o seu Prémio Nobel.

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