Rabah Arezki, a senior fellow at Harvard Kennedy School, is a former chief economist and vice president at the African Development Bank, a former chief economist of the World Bank’s Middle East and North Africa Region, and a former chief of the commodities unit at the International Monetary Fund.
WASHINGTON, D.C. – O Egipto está à beira de um abismo financeiro e económico. As entradas de capital que sustentavam o mercado da sua dívida soberana secaram, desvalorizações consecutivas provocaram a derrocada da libra e a inflação está nos 21%, no seguimento da rápida erosão das reservas cambiais do país.
Depois de ter recuperado inicialmente da pandemia da COVID-19, a economia egípcia foi duramente atingida pelas consequências da guerra na Ucrânia. Sendo o maior importador de trigo do mundo, o país foi afectado pelas perturbações no abastecimento e pela subida dos preços, com os custos dos produtos alimentares a aumentarem 37,2% no ano passado. Apesar de o impacto dos custos crescentes com as importações de petróleo sobre a balança externa do Egipto ter sido atenuado pelas exportações de gás natural em rápido crescimento, o aumento dos preços da energia e dos alimentos afectou gravemente a população do Egipto.
A subida dos preços do trigo, conjuntamente com o aumento do défice externo e a queda da libra, veio exercer pressão sobre o programa de subsídios alimentares do país, especialmente os subsídios destinados ao pão, dos quais dependem quase dois terços da população, aproximadamente 60 milhões de pessoas. A pressão sobre os orçamentos familiares teve como consequência um aumento da taxa de pobreza, que actualmente atinge os 32,5%, ao mesmo tempo que cerca 60% dos egípcios são pobres ou estão em risco de cair na pobreza.
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