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Como economistas e não economistas podem se entender

CAMBRIDGE – Economistas nunca foram tímidos em assumir grandes questões que disciplinas como história, sociologia ou ciências políticas consideram de sua própria competência. Quais foram as implicações de longo prazo da escravidão para a sociedade americana contemporânea? Por que algumas comunidades exibem níveis mais altos de confiança social do que outras? O que explica o aumento do populismo de direita nos últimos anos?

Ao abordar essas e muitas outras questões não econômicas, economistas foram muito além de sua preocupação básica com a oferta e a demanda. Essa transgressão dos limites disciplinares nem sempre é bem-vinda. Outros acadêmicos objetam (quase sempre corretamente) que os economistas não se preocupam em se familiarizar com o trabalho existente nas disciplinas relevantes. Eles se queixam (novamente, com razão) de uma inóspita cultura acadêmica. Repletos de interrupções e questionamentos agressivos, os seminários de economia podem parecer a quem está de fora mais parecidos com a Inquisição do que um fórum para colegas comunicarem resultados e prospectar novas ideias.

Talvez a fonte mais importante de tensão, entretanto, surja dos métodos que os economistas trazem para suas pesquisas. Eles contam com ferramentas estatísticas para demonstrar que um determinado fator estrutural teve um efeito “causal” no resultado de juros. Muitas vezes mal compreendido, esse método pode ser fonte de intermináveis ​​e improdutivos  conflitos  entre economistas e outros.

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