yu55_Zhang WeiChina News Service via Getty Images_china Zhang Wei/China News Service via Getty Images

O dilema fiscal da China

PEQUIM – A covid-19 atingiu com força a economia da China no primeiro trimestre de 2020, causando uma contraçãorealde 6,8% no PIB ano a ano. Mas desde que a cidade de Wuhan saiu do lockdown, no início de abril, a economia aos poucos está voltando ao normal, e cresceu 3,2% no segundo trimestre. Pelo consenso, o potencial de crescimento do PIB chinês hoje é de 6%. Se o país conseguir isso na segunda metade de 2020, a economia pode registrar uma taxa de crescimento anual de 2,5%.

Porém, atingir esta meta vai exigir uma alta na demanda. A escassez de procura efetiva vem há anos impedindo o crescimento da China, e a pandemia está piorando ainda mais a situação.

O consumo, que representa 55% do PIB chinês, caiu 3,9% no segundo trimestre, somando-se a uma queda de 19% nos três primeiros meses de 2020. Há quem diga que o consumo vai disparar agora e se tornar o principal motor de crescimento no restante do ano. Mas isso é improvável, uma vez que as famílias estarão ansiosas para reabastecer as economias que gastaram durante o lockdown. O governo pode e deve oferecer auxílio às famílias afetadas pela covid-19, mas não pode fazer muita coisa para estimular o consumo.

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