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Decifrando a estratégia chinesa de “circulação dupla”

PEQUIM – Em maio, a liderança central da China proclamou que iria “melhorar totalmente as vantagens do mercado super-largo (do país) e do potencial de demanda interna para estabelecer um novo padrão de desenvolvimento que inclua circulações duplas nacionais e internacionais que complementem umas às outras”. Desde então, “circulação dupla” tem sido o tema de debates intensos dentro e fora da China.

Será que o anúncio sinaliza uma mudança fundamental no paradigma chinês de crescimento ou na estratégia de desenvolvimento do país? Por que este novo conceito foi introduzido, e que mudanças em política econômica ele irá trazer?

Para responder a estas perguntas, pode-se visitar brevemente o processo de “reforma e abertura” da China desde seu início, no fim da década de 70. Próximo ao término daquele período, a principal barreira que impedia a China de decolar economicamente era uma escassez de reservas de moeda estrangeira. Legisladores se viram diante do que parecia um beco sem saída: sem reservas estrangeiras, a China não podia estimular suas exportações, e sem um crescimento considerável das exportações, o país não conseguia ganhar e acumular o volume mínimo necessário de reservas.

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